terça-feira, 19 de maio de 2009

Sem tempo para chiliques!

Estou com imenso trabalho e, porque aguardo o nascimento do J. a qualquer momento mal posso parar. Ainda assim, tendo feito um pausa para almoçar e porque não sinto fome alguma, decidi escrever sobre uma questão que tantas vezes observo e me perturba: Há pessoas que não podem ter chiliques! Não é assim?
Há pessoas a quem, apesar de tantas vezes apetecer fechar os olhos e encostar a cabeça numa almofada, apesar de tantas vezes preferirem ir passear e apanhar um pedaço de vento, apesar de tantas vezes quererem apenas gritar ou ficar em silêncio deitadas num qualquer sofá, não podem ou não o fazem em nome de todos menos de si! Em nome da família, especificamente em nome dos filhos, em nome de quem está ali ao lado, dos amigos, dos colegas…enfim! Simplesmente não o fazem por milhares de razões!
A minha amiga S., http://www.barrigacheiadefelicidade.blogspot.com/, fala em pessoas com a especial função de tomar conta das outras eu, sinceramente falo em pessoas frágeis a quem não é reconhecido o direito a sofrer e que, ainda assim lutam com todas as forças pela alegria dos que mais importam para si. Compensa? Nem sei, mas é irremediável. É assim a vida!
Ora, a pensar nesta questão lembrei-me das pessoas com crianças em casa. A estas é reconhecido o direito de ter um chilique? Claro que não! Se a criança é demasiado pequena carece de cuidados e atenção que não se compadecem com um qualquer chilique. Há sempre alguém que tem de estar disponível para olhar e cuidar, para mimar, alimentar, manter fresquinho e limpinho. Se a criança é mais crescida precisa de quem converse com ela, de quem esteja ali a educar e mostrar como se ama. Não é assim?
A minha experiência como mãe é zero mas atrevo-me a lembrar os dias em que o G. estava lá em casa. Não havia tempo para dores de cabeça e muito menos para pensar em “tretas”. Importante era manter tudo organizado e cuidar dele, conversar, mimar, brincar, estudar…enfim! Se eu me lembrar daqueles dias percebo perfeitamente esta sensação de “Não há tempo para chiliques!”. E que bom é ocupar a cabeça e o tempo com tantos sorrisos, com tanta conversa, com tanta alegria. Assim será após o nascimento do J., assim será logo que volte o G.
Aliás, pensando bem: assim é a minha vida! Eu sou esse tipo: Não tenho tempo, não posso ter um chilique!
Vamos imaginar que me dá uma indisposição, uma má disposição, uma qualquer tonteira? Quem irá organizar uma série de coisas que dependem da minha organização? Provavelmente nessa altura aparecerá alguém disponível e, por certo nessa altura me será reconhecido um valor mas, tenho a certeza que ninguém se lembrará de como um dia precisei de ter um chilique e não pude. Não pude porque estava tudo ali á minha espera para tratar. Não pude porque tinha processos para responder, papeis para organizar, o J. na barriga a precisar de ser bem alimentado e, consequentemente o jantar para fazer, a cozinha para arrumar (porque detesto sentir-me no meio da confusão) e, enfim…coisas e loisas que não podiam esperar sobre pena de atrasar uma qualquer decisão importante. Coisas que nem me custam, coisas que faço com o prazer de quem faz tudo com amor e, FELIZMENTE não tem tempo para chiliques!

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá mamã :)
Costumo ver o blog do Pai para Sempre e por vezes comento, e agora por acaso atraves do blog da mamã MAR vim aqui parar. Gostei deste cantinho e vou voltar mais vezes
Beijinhos

Mar disse...

É isso mesmo! Não nos podemos deixar levar por chiliques e eu, tal como tu, gosto de ter tudo organizado e um chilique viria desorganizar tudo. Tenho saudades de ter esse tempo no sofá, de encostar a cabeça...mas não me posso dar a esse luxo FELIZMENTE.

Agora confessa: este post surge da ansiedade que já vens a sentir com a chegada do J., não?

Beijinhos

Nós os cinco disse...

Concordo 100%!
Não ha tempo para chiliques! E mesmo que houvesse há sempre qualquer coisa mais importante para fazer!
Felicidades

Naotequero Nemtetroco disse...

Minha doce amiga !!!
Chiliques é coisa de gente..."fina".
Mas valham nos as nossas sagradas horas do almoço. Ai podemos trocar de chiliquices sem incomodos, e que bem que sabem, esta "troca" faz me sentir sempre bem mais leve.
E o J. deve de achar as nossas conversas uma delicia...

Besos

fénix renascida disse...

Talvez os papás tenham tempo para isso: as mamãs não (e a esta altura, já se terá apercebido disso)! Incluindo a mãe do G.
Ao lembrar-se desse tempo, imagino-a fazer o que todas as mães fazem: cuidou de o manter limpo e bem alimentado.
Imagina outra mulher a fazer, permanentemente (não falo de tempos a tempos, quando a criança está com o pai), isso ao seu filho?
Acredito que tal nem lhe passa pela cabeça.
Resumindo: lutem pelo direito à presença do G. Mas não em retirá-lo à mãe...
Você é mãe (uma mulher já é mãe muito antes do bébé nascer, pois, ainda no seu ventre, ela cuida -algumas não tanto assim, infelizmente- para que ele se desenvolva de forma saudável!), por isso acredito que compreende bem aquilo que lhe digo