terça-feira, 10 de julho de 2012

A vida toda!

Hoje tive necessidade de ir a um balcão da Caixa Geral de Depósitos. Muito raramente me dirijo a um Banco mas hoje, em razão de terceiros teve que ser. Porque é dia 10 e, segundo me apercebi é o dia em que a generalidade dos aposentados recebem a sua reforma, retirei um talão com o número 74 às 10h08m e fui atendida às 11h40m. Pude assim apreciar as vidas, ouvir as histórias e pensar em mim. Era tanta gente, com tanta idade, com tanta vida. A determinada altura foquei a minha atenção num casal. Pareceu-me tratar-se de pessoas entre os 70 e os 75 anos. Ela era terna, segura de si, bem arranjada e atenta ao que a rodeava; ele tinha uns óculos escuros e estava muito bem vestido. Os dois estavam de braço dado e conversavam baixinho, reparei no imenso carinho com que se tratavam. Admirei-os por isso. Criei na minha cabeça a sua história: provavelmente foram um para o outro a vida toda e agora, nesta fase mais madura continuavam a distribuir carinho entre os dois. De repente alguém diz: Aquele Senhor é cego! Eu não tinha reparado, tinha apenas visto que ele amava a Senhora. Sim, o Senhor é cego e também  é amado, muito amado.
Não sei se envelheço até aos 70 ou 75 anos. Estarei cá? Se estiver quero ter ao meu lado o meu companheiro de vida e quero dedicar-lhe energia idêntica à que hoje ali senti, e tratá-lo com aquele imenso amor. Afinal o amor é para a vida toda!